Se “a cidade está no homem” Márcio Vasconcelos está na cidade e no homem. Visões de um Poema Sujo não trata apenas de fotogrfia. Trata de existência. É uma procura dentro de um Poema Sujo que foi escrito em 1975, quando o poeta Ferreira Gullar estava no exílio. É como um retrato. E um retrato será sempre um veredicto. “Interpretar” um poema pode levar ao suicídio. É abismo, natureza em chamas. Ainda mais num tempo, esse em que vivemos em que as imagens foram esvaziadas pelo acúmulo e uma fotografia apenas não basta. Mais de quatro décadas depois as palavras do poeta estão de pé. O Poema Sujo escorre. O fotógrafo percorre a cidade. Lambe o suor nas paredes de uma São Luís que agoniza como agoniza a maioria das cidades brasileiras, entre memória e abandono, entre violência e paixão.
Curadoria: Diógenes Moura
A exposição permanece aberta gratuitamente ao público, das 09:00 às 22:00, até o dia 12/10/2017.