Cecília Araújo

Minha existência é resistência

Perceber-se estrangeira, deslocada, não representada. Resgatar uma autoestima destruída pelos padrões eurocêntricos de beleza. Ser constantemente preterida, seja no trabalho ou nas relações afetivas. Lutar a cada instante pelo direito de ser e estar. Buscar diariamente estratégias de sobrevivência. Sentir e não conseguir falar. Gritar em silêncio. Resistir para existir.

Essa exposição resulta de encontros e conversas com mulheres negras de diferentes idades, profissões e níveis de escolaridade, num trabalho de escuta ativa, identificação, aproximação e deslocamento. Retratos ambientados em casa, um espaço repleto de identidade, presenças e ausências.

Um convite a ver e ouvir mulheres que são frequentemente invisibilizadas e silenciadas pelas tramas de um tecido entrelaçado por complexas estruturas de raça, gênero e classe.